Uma Reflexão Sobre Fé, Processo e Intimidade com Deus
- Nycholas Benaia Souza
- 19 de jun.
- 3 min de leitura

Seja muito bem-vinda a esta nova série que nasce aqui no blog, onde vou compartilhar um pouco da minha jornada de fé e vivência, mas intitulada - CONFISSÕES DA NAY.
Meu desejo é que, por meio desses relatos, você seja edificada, fortalecida e inspirada a permanecer firme no caminho que o Senhor tem para você.
E eu começo essa série abrindo meu coração e te contando sobre uma das maiores crises que vivi na minha caminhada com Jesus.
Minha Primeira Grande Crise na Fé
Tudo aconteceu dentro de um seminário teológico, onde eu havia decidido dedicar anos da minha vida, com todo meu amor e obediência, para cumprir o chamado que Deus tinha colocado no meu coração.
Eu era jovem, com meus vinte e poucos anos, cheia de sede e fome por viver os propósitos de Deus — não só para mim, mas para as nações. Eu sabia que precisava conhecer mais o Senhor, amadurecer, ser moldada e viver coisas que, se permanecesse na minha zona de conforto, jamais viveria.
E, de fato, vivi muitas coisas. Mas... não da forma que eu imaginava.
Eu acreditava que esse processo de busca e entrega me traria apenas experiências gloriosas, mas foi exatamente nesse caminho que Deus começou a revelar as profundezas — e também as fragilidades — do meu próprio coração.
O Erro de Asafe… E o Meu Também
Se você já leu o Salmo 73, talvez conheça a história de Asafe. Ele, um homem que servia a Deus, confessou algo muito real e humano: ter invejado a prosperidade dos ímpios. Ele olhou para aqueles que não temiam ao Senhor e não entendia como eles podiam viver com tanta fartura, tanta facilidade e tanta aparente felicidade.
E eu... eu caí exatamente no mesmo erro.
Naquela época, eu enfrentava um tempo de muita escassez. Era um período de provisões milagrosas, mas também de muito sofrimento, renúncia e aperto. Enquanto isso, eu via colegas do seminário que, muitas vezes, desprezavam o ensino, a disciplina e a responsabilidade daquele ambiente, mas que nada lhes faltava. Suas mensalidades estavam sempre pagas. Nos finais de semana, estavam nos melhores shoppings, comprando, se divertindo, comendo do bom e do melhor... enquanto eu lutava com o pouco que tinha.
E sim... eu confesso que os invejava.
O Confronto Amoroso de Jesus
Até que, em um dia de conversa sincera com Jesus, o Senhor — com Sua voz firme, porém cheia de amor — me confrontou profundamente.
Ele me fez entender que eu estava ali por Ele.
Que aquelas pessoas, apesar de terem abundância de coisas, não estavam vivendo nem um terço da intimidade, da revelação, da transformação e da autoridade espiritual que eu estava experimentando, mesmo em meio à dor.
Foi aí que, assim como Asafe, meu coração se envergonhou. Eu pedi perdão e, em lágrimas, declarei as palavras do próprio salmista:
“Contudo, sempre estou contigo; tomas a minha mão direita e me susténs.
Tu me diriges com o teu conselho e depois me receberás com honras.
A quem tenho nos céus senão a ti? E na terra, nada mais desejo além de estar junto a ti.
O meu corpo e o meu coração poderão fraquejar, mas Deus é a rocha do meu coração e a minha herança para sempre.”
— Salmos 73:23-26 (NVI)
Naquele dia, uma parte de mim morreu. Morreu a comparação, a inveja, o desejo por aquilo que não faz parte da nossa herança no Reino. E nasceu uma convicção inabalável:
Não existe riqueza maior do que a presença de Jesus.
A Herança que Ninguém Pode Roubar
Naquele exato momento, eu entendi — de verdade — que não há nada neste mundo que se compare à herança da presença, da glória, da intimidade e da autoridade espiritual.
Eu percebi que, mesmo no meio do aperto, da dor e das renúncias, eu já tinha tudo o que eu precisava: eu tinha Jesus.
Uma Reflexão Para o Seu Coração
Quantas vezes, no meio dos nossos próprios processos, nós fazemos o mesmo que Asafe? Nos distraímos olhando para o que não temos... e esquecemos de olhar para tudo que já recebemos de Deus.
E, talvez hoje, você também esteja passando por um tempo assim. Um tempo onde tudo parece difícil, onde falta isso, falta aquilo, onde você olha para os lados e parece que a vida de todo mundo está andando — menos a sua.
Se esse é o seu momento, eu te convido a fazer o mesmo que eu fiz naquele dia:
Deseje, acima de tudo, Jesus.
Valorize o que você já tem recebido.
Confie que nenhuma estação é permanente.
Todo processo, quando vivido em Deus e com Deus, gera transformação, gera crescimento, gera maturidade espiritual... e nos leva para um nível mais profundo de intimidade e autoridade no Reino.
Jesus é suficiente. Sempre foi. Sempre será.


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